“Um homem de posição perguntou então a Jesus: ‘Bom Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?’. Jesus respondeu-lhe: ‘Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus. Conheces os mandamentos: não cometerás adultério; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honrarás pai e mãe’. Disse ele: ‘Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade’. A essas palavras, Jesus lhe falou: ‘Ainda te falta uma coisa: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me’. Ouvindo isso, ele se entristeceu, pois era muito rico. Vendo-o entristecer-se, disse Jesus: ‘Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus’. Perguntaram os ouvintes: ‘Quem então poderá salvar-se?’. Respondeu Jesus: ‘O que é impossível aos homens é possível a Deus’.” (Lucas 18,18-27)
Jesus diz ao homem de posição: “Conheces os mandamentos…”, mas depois procede a enumerar apenas alguns deles, omitindo aquele que Ele próprio chamou de “o maior e o primeiro mandamento” (Mateus 22,38), sobre amar a Deus de todo o coração. Porque este homem “conhecia” alguns dos mandamentos, mas não “conhecia” realmente esse. Aparentemente, ele concentrava-se na percepção de que ele próprio tinha sido “bom”, perdendo de vista (e amor por) a “bondade” de Deus, da qual nosso Senhor o recorda. O homem era “muito rico” com uma “bondade” meramente humana, que em última análise é “triste”, e também paralisante para nossa vocação de amar a Deus de todo o coração.
Hoje, que eu não projete em Deus nossa “bondade” meramente humana, pois sei no meu coração que ela não é confiável, e não a posso amar de todo o coração. Que eu ouça o Senhor garantir-me: “Ninguém é bom” como Deus é bom; “Ninguém é bom senão só Deus”. Que eu não tema a vulnerabilidade de O amar, pois “a Deus” todas as coisas são possíveis, e não preciso temer nada em minha jornada carregando a cruz — nem as minhas fraquezas nem as fortalezas. Porque “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8,28).
Versão brasileira: João Antunes
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