“Tendo Jesus entrado em Jerusalém, foi ao templo; e observando tudo (περιβλεψάμενος πάντα), como fosse já tarde, saiu com os doze para Betânia.” (Marcos 11,11)
Depois de Nosso Senhor ter entrado triunfantemente em Jerusalém, sentado num jumentinho e ser saudado por multidões animadas, Ele entrou no templo e… não fez nada, na verdade. Apenas olhou ao seu redor e saiu, provavelmente para desilusão das multidões. Foi apenas no dia seguinte que “entrando ele no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam, e derrubou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam as pombas” (Marcos 11,15), como Mestre do Templo.
Não tenho aqui nenhum ponto profundo a dizer. Gostaria apenas de notar o aspecto encantador do caráter de Nosso Senhor, que Ele não é um agradador de multidões, e não “capta o momento”, nosso momento, como toda a nossa multidão poderia esperar. Mesmo quando Ele estava em Sua missão terrena, caminhando entre nós em nosso tempo, Ele fez as coisas em Seu próprio tempo, tendo dado uma olhada e deixado para o dia seguinte. Por isso, não me apressarei a corrigir as coisas na minha própria “casa”, particularmente quando é “tarde” e tenho notado coisas que precisam de “correção”. Que eu deixe para o dia seguinte, no silêncio orante da noite, retendo minha reação a qualquer coisa perturbadora, na sabedoria e paciência de Cristo. Nosso Senhor imprevisível, glória a Ti.
Versão brasileira: João Antunes
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