“… Desde então Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: ‘Se soltares este homem, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei, opõe-se a César’. Pilatos, ouvindo estas palavras, trouxe a Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, e em hebraico Gábata. Era a Parasceve e cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: ‘Eis o vosso Rei!’, Eles, porém, clamaram: ‘Tira-o! Tira-o! Crucifica-o!’. Disse-lhes Pilatos: ‘Hei de crucificar o vosso Rei?’. Responderam os principais sacerdotes: ‘Não temos outro rei senão César’. Então Pilatos lhes entregou Jesus para ser crucificado.” (João 19,12-16)
Jesus foi formalmente condenado à crucificação não por razões religiosas, mas políticas. Porque Ele “não era amigo de César”. Todos sabemos que foram Suas palavras de verdade, o Seu testemunho da Verdade sobre Ele próprio e sobre o resto de nós, que constitui a nossa fé cristã, que geraram a ira das autoridades religiosas judaicas do Seu tempo e O conduziram à Cruz.
Assim, nos últimos dias, quando um querido amigo meu foi condenado a quase três anos de prisão na Rússia, por ter contado a verdade sobre a corrupção (mas ostensivamente por outra coisa), e alguns dos meus amigos da igreja me dizem que isto é “apenas política”, penso que não é. Ele certamente “não é amigo de César”, no que diz respeito ao atual “César” da Rússia. No entanto, todos nós sabemos que ele diz a verdade. Por isso rezo por ele, e peço-lhe que também reze por ele, não por razões políticas, mas porque ele diz a verdade, que é o fundamento não da nossa política, mas da nossa fé.
Versão brasileira: João Antunes
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