“Disse o insensato (ἄφρων, безумен) em seu coração: ‘Não existe Deus’. Eles corromperam e foram abomináveis em desregramentos. Não existe quem pratique o bem. Deus espreitou do céu os filhos dos seres humanos para ver se existe alguém que compreenda ou que procure Deus. Todos se desviaram e ao mesmo tempo se desvalorizaram; não há quem pratique o bem, nem sequer um. Não atingirão conhecimento todos os que praticam a injustiça? Os que devoram o meu povo como alimento de pão não invocaram Deus. Aí temerão um temor, onde não havia temor, porque Deus espalhou ossos daqueles que agradavam a seres humanos. Foram envergonhados, porque Deus os desprezou.” (Salmo 52,2-6 — cf. Septuaginta, tradução ao Português por Frederico Lourenço)
É uma loucura, professar no coração, que “Não existe Deus”. Por quê? Porque não é verdade; é uma ilusão e uma perda de tempo. É uma realidade imaginada, que visa substituir a que foi dada por Deus, na qual Ele é a única Fonte de bem e de propósito e de alimento espiritual ou “pão”, a Quem unicamente devemos procurar agradar e temer, de uma forma saudável. Na realidade ilusória, substituta, onde “não existe Deus”, as nossas capacidades dadas por Deus permanecem conosco, como o temor; como um desejo de propósito, de bem, e de alimento espiritual. Mas estas dádivas não têm uso adequado numa realidade feita pelo homem, sem Deus. Assim, “tememos onde não há temor”, e com base em nossos temores, acabamos ou por agradar às pessoas, ou a “devorar” os outros como vampiros, ficando todos enredados em (co)dependências meramente humanas.
Que eu permita que Deus faça parte do meu dia hoje, porque Ele “existe”. Essa é a verdade mais sã e mais útil sobre o dia de hoje, que levarei no meu coração, para não temer “onde não há temor”. “Seja feita a Tua vontade” comigo e com todos nós esta segunda-feira, Senhor, “assim na terra como no céu”.
Versão brasileira: João Antunes
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