NA TERRA ASSIM COMO É NO CÉU

Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o Teu nome, venha o Teu Reino; faça-se a Tua vontade, como no Céu, assim também na terra.” (Mateus 6,9s)

Hoje, ao continuarmos a celebrar a(s) Pós-festa(s) da Teofania (Calendário Juliano Revisado) ou da Natividade (Calendário Juliano Tradicional), estou refletindo sobre todo este negócio de considerar o meu mundo “na terra assim como é no céu”. Como é isso sequer possível, e não será uma ilusão ou algo irreal?

A Terra e o céu já estão unido, devido à vinda ao nosso mundo do Deus-Homem, Jesus Cristo. Ele une, em Sua presença divino-humana entre nós, as realidades invisíveis e visíveis do Homem e Deus, da terra e do céu. E Ele chama-nos a participar na união dessas duas realidades, se O deixarmos fazer isso, ao entrarmos em comunhão com Ele, por meio da oração diária e dos sacramentos da Igreja. São Máximo o Confessor afirma mesmo que é vocação do ser humano “fazer uma só terra” (μίαν ποιήσειε γῆν) “por um modo de vida próprio e adequado aos santos…” (Ambiguum 41). Assim, como Igreja, somos todos chamados a participar na obra unificadora de Cristo, unindo a terra e o céu dentro de nós e depois em nosso meio. Mas Ele não perpetua nenhuma versão ao estilo “Walt Disney” da realidade, gerada pelas nossas várias formas de ilusão, que nos trazem falsas esperanças e/ou falsos medos, enquanto enfrentamos nossas responsabilidades diárias.

Assim, hoje que eu adote a suave honestidade que é a humildade, na realidade humano-divina que é a verdade, “na terra assim como é no céu”, em comunhão com o meu Senhor e Salvador gentilmente humilde Jesus Cristo. “Seja feita a Tua vontade” comigo hoje, Senhor, e não segundo os meus isolados concepções e conceitos errados, mas “na terra assim como é no céu”!

Versão brasileira: João Antunes

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