O “FIAT” DA SANTÍSSIMA VIRGEM

Maria disse, então: ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’. E o anjo retirou-se de junto dela.” (Lucas 1,38)

É frequente ouvir-se falar da “obediência” da Mãe de Deus, expressa nesta famosa resposta ao Arcanjo Gabriel, na Anunciação.

Reflitamos, pois, sobre a “obediência” da Santíssima Virgem. Foi ela uma negação da Sua “vontade” humana, como por vezes entendemos a “obediência”? Não, não foi. Aqui o que vemos é a Sua decisão, tomada livremente, e depois de pedir certos esclarecimentos ao anjo, de aceitar o Seu papel num plano extraordinário que era a vontade de Deus. O anjo veio para receber a Sua aceitação, e só partiu após o Seu “Faça-se”. É assim que a nova criação começa, “o começo da nossa salvação” (como diz o Tropário ou hino da Anunciação) — com a palavra humana criativa e afirmativa da Virgem Santíssima. Isso tem sido notavelmente comparado com o “Faça-se…” do Criador na criação inicial do mundo.

É importante para mim compreender a “obediência” a qual hoje sou chamado, obediência à vontade de Deus, à luz da obediência dela. Isso não significa desligar a minha vontade ou o meu cérebro. É antes um exercício da minha vontade e das minhas energias criativas, de abraçar e seguir a Sua voz em todas as situações com que hoje me deparo. “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Versão brasileira: João Antunes
Reflexões com café na manhã: 365 devoções diárias para pessoas ocupadas
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