CHAMADO AO DISCERNIMENTO

Reuniram-se então os fariseus para deliberar entre si sobre a maneira de surpreender Jesus nas suas próprias palavras. Enviaram seus discípulos com os herodianos, que lhe disseram: ‘Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus em toda a verdade, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens. Dize-nos, pois, o que te parece: É permitido ou não pagar o imposto a César?’. Jesus, percebendo a sua malícia, respondeu: ‘Por que me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda com que se paga o imposto!’. Apresentaram-lhe um denário. Perguntou Jesus: ‘De quem é esta imagem e esta inscrição?’. ‘De César’ – responderam-lhe. Disse-lhes então Jesus: ‘Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus’. Esta resposta encheu-os de admiração e, deixando-o, retiraram-se.” (Mateus 22,15-22)

A famosa resposta de Nosso Senhor, sobre o que é “César” versus o que é “Deus”, nos levou a mais perguntas do que respostas, ao longo da História da Igreja e até os dias atuais. Porque deixa muito para o nosso discernimento, particularmente a questão do que exatamente é “de César” e o que exatamente é “de Deus”. Nos assuntos do mundo, Cristo deixa muito para o nosso discernimento, como faz em outro momento, quando alguém na multidão exigiu d’Ele: “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança”, a tal exigência nosso Senhor (Que não era intimidado por nossas exigências irresponsáveis) respondeu: “Meu amigo, quem me constituiu juiz ou arbitro entre vós?” (Lucas 12, 13s).

Portanto, é o próprio Deus, que deixa para César o que é “César”, também deixa para “nós” as decisões que são “nossas”, em nossas responsabilidades cotidianas, sejam pessoais, políticas ou profissionais. Que eu não fuja da responsabilidade e da tomada de decisões, quando sou chamado a isso, à luz da liberdade cheia da graça da palavra de Deus.

Versão brasileira: João Antunes

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