“Cuidai de vós mesmos (βλέπετε … ἑαυτούς); sereis arrastados diante dos tribunais e açoitados nas sinagogas e comparecereis diante dos governadores e reis por minha causa, para dar testemunho de mim diante deles. Mas primeiro é necessário que o Evangelho seja pregado a todas as nações. Quando vos levarem para vos entregar, não premediteis no que haveis de dizer, mas dizei o que vos for inspirado naquela hora; porque não sois vós que falais, mas sim o Espírito Santo. O irmão entregará à morte o irmão, e o pai, o filho; e os filhos irão insurgir-se contra os pais e lhes darão a morte. E sereis odiados de todos por causa de meu nome. Mas o que perseverar (ὑπομείνας) até o fim será salvo.” (Marcos 13,9-13)
Já o disse antes, mas vou dizê-lo novamente: A perseverança não tem publicidade suficiente, mesmo na nossa vida eclesial. Pelo menos pelas minhas bandas, parece que a humildade e a obediência chamam toda a atenção. Seja como for, eu preciso “cuidar” do meu “eu”, para que eu tenha “perseverança” ou “hypo-mone” em grego, — que significa, literalmente, “permanecer”, — sempre que “eles” me levarem “a julgamento” em minha jornada carregando a cruz. Quem são “eles”? São aqueles ou aquilo, dentro ou fora de mim, que me afasta de ser o “eu” que Cristo me chama a ser, de acordo com a minha vocação.
Que eu “permaneça”, com perseverança, e que eu deixe o Espírito Santo “falar” em minha vida, naquelas muitas ocasiões em que “outras” vozes me chamam a ser outra pessoa que não o meu “eu” imaginado por Deus. Esses “chamados” incluem o querer agradar a todos, os desejos inapropriados, as ambições equivocadas, as ilusões e outros delírios. Que eu me reconecte com Deus hoje, e abra-me à Sua graça por meio de alguma oração sincera, para que eu possa deixá-l’O assumir o comando, e eu seguil’O com perseverança. “Não nos deixeis cair em tentação”, Senhor, “mas livra-nos do mal”, hoje. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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