“Estava Jesus ensinando na sinagoga em um sábado. Havia ali uma mulher que, havia dezoito anos, era possessa de um espírito que a detinha doente: andava curvada e não podia absolutamente erguer-se. Ao vê-la, Jesus a chamou e disse-lhe: ‘Estás livre (ἀπολέλυσαι) da tua doença’. Impôs-lhe as mãos e no mesmo instante ela se endireitou (ἀνωρθώθη), glorificando a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse ao povo: ‘São seis os dias em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para vos curar, mas não em dia de sábado’. ‘Hipócritas!’ – disse-lhes o Senhor. ‘Não desamarra (λύει) cada um de vós no sábado o seu boi ou o seu jumento da manjedoura, para os levar a beber? Esta filha de Abraão, que Satanás paralisava há dezoito anos, não devia ser livre (λυθῆναι) dessa prisão, em dia de sábado?’.” (Lucas 13,10-16)
Cristo compara Sua cura desta mulher com o desamarrar ou o “libertar” de animais domesticados, a fim de os levar para beber água. Isto é algo que precisa ser feito diariamente, seja sábado ou não, porque os animais precisam beber água todos os dias. Do mesmo modo, o agir salvífico e libertador de Deus por nós nunca para, independentemente do dia da semana, porque de outra forma morreríamos. “Meu Pai continua agindo até agora”, revela-nos Jesus numa passagem diferente, (para não pensarmos que Deus “descansou” num sentido literal depois da criação do mundo), “e eu ajo também” (João 5,17).
Cristo, o cumprimento do sábado, traz-me o Seu tipo de descanso, e o Seu tipo de “libertação” para minhas amarras e alívio dos meus fardos, — não apenas num determinado dia da semana, mas todos os dias. N’Ele, é-me oferecido um modo de vida “sabático” diariamente, e recebo verdadeiro alívio de carregar os fardos do mundo inteiro sobre os meus próprios ombros. Por isso, que eu me entregue a Ele um pouco mais este fim-de-semana, e responda ao Seu chamado: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mateus 11,28). Um feliz e tranquilo fim-de-semana, caros amigos!
Versão brasileira: João Antunes
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