AUTO-ESTIMA vs AUTO-CONHECIMENTO

Jesus disse-lhes, então: ‘Nesta mesma noite, todos ficareis perturbados por minha causa, porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho serão dispersas…’. Tomando a palavra, Pedro respondeu-lhe: ‘Ainda que todos fiquem perturbados por tua causa, eu nunca me perturbarei!’.” (Mateus 26,31.33)

Nas últimas horas que antecedem a prisão e a paixão de nosso Senhor, Pedro está cheio de auto-confiança, proclamando que “nunca” ficaria perturbado. Apenas alguns versículos adiante, o próprio Cristo mostra uma atitude muito diferente face ao Seu iminente sofrimento, prostrando-Se no Getsêmani e orando: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres” (Mateus 26,39). O Deus-Homem busca força na oração, enquanto Pedro busca força em si mesmo.

Pensa-se muitas vezes que uma elevada auto-estima conduz a um elevado desempenho e sucesso. Não se concentre em suas fraquezas humanas, me é dito; concentre-se em sua “grandiosidade”. Mas tal foco leva na realidade ao medo; a um medo silencioso de cometer erros, enquanto eu defendo a minha “grandiosidade” para a proteger.

Por outro lado, quando olho bem para as minhas fraquezas, encontro de fato força e motivação. Porque o exame de consciência leva-me tanto a compreender as minhas deficiências como a buscar a ajuda de Deus e de outras pessoas. Isto não quer dizer “permitir-me escapar sem ser punido” ou “baixar o padrão”. Uma compreensão dos meus padrões pecaminosos particulares ajuda-me a vê-los pelo que são, e isto é, mutáveis. Eu mudo e cresço à medida que busco e recebo ajuda, em oração e humilde abertura a mim mesmo e aos demais.

Hoje que eu escolha o caminho da mudança auto-compassiva em vez do beco sem saída da auto-estima. Deus não me abandona na jornada transformacional da Sua cruz, quando reconheço e peço a ajuda de que eu preciso.

Versão brasileira: João Antunes

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